terça-feira, 8 de outubro de 2013

Homem-Aranha: Hooky...ou Graphic Novel 04!



I do not wanna grow up!!
Claro! Nem eu e nem ninguém quer crescer, afinal quando se cresce a primeira coisa que sentimos diferença são as responsabilidades. Quanto mais velho, maior a responsabilidade. De repente não são mais as notas ou as tarefas escolares ou as tarefas domésticas; de repente, são as contas, o trabalho, os filhos... Realmente, quando paramos para pensar, crescer não parece ser uma coisa muito bacana. Entretanto posso dizer com larga experiência que não é tão ruim. Um mundo todo se abre para você ao crescer e a experiência sempre é uma vantagem boa, afinal se tem uma coisa que eu aprendi jogando RPG é que XP vale ouro, e no mundo real, vale diamante! O que isso tem haver com nosso querido amigão da vizinhança? Acredito que tudo haver, visto que se tem um personagem que entende de responsabilidades, este é Peter Parker, o Homem-Aranha. Desde muito cedo aprendeu que: Grandes poderes trazem grandes responsabilidades. Portanto, crescer é muito difícil e crescer, assim como responsabilidade, é o tema dessa obra.
Não são todos os personagens da Marvel que possuem a profundidade que procuro nos quadrinhos. Existem aqueles que são muito promissores, mas infelizmente suas histórias estão diretamente vinculadas com aquele que escreve. Vejam o exemplo do Demolidor: é um herói cego, com uma baita carga emocional mal resolvida e poderes que deixariam um cara normal maluco (leiam meu post sobre o Demolidor, eu falo um pouco sobre isso!). Não tem sorte com mulheres, e para piorar tem a identidade secreta mais ridícula do mundo, ou seja, todo mundo sabe que é o Demolidor, inclusive seu maior inimigo, o Rei do Crime. Quer dizer, com um material desses claro que a primeira vista, podemos imaginar histórias mais adultas e de temática policial. Infelizmente não. Não são todos os roteiristas que conseguem dar a devida profundidade para o personagem. Comparem o Demolidor de Frank Miller, com o de outro roteirista genérico... ou o Demolidor de David Mazzucchelli. Esse é o ponto. 
No caso do Spiderman, o potencial para histórias mais adultas está ali, o problema é conseguir trabalhar com o que se tem. Dessa forma, as histórias do aracnídeo predileto de todos nem sempre agradam o público mais adulto. Isso é fato. Agora não significa que não se pode aproveitar o personagem, e escrever histórias excelentes ainda que sem muita profundidade, que é o que o público adulto procura. E assim, chego a esta obra, que é visualmente linda e tem um enredo bem simples, porém super bem costurado, além de ser bastante fiel a personalidade do nosso herói, que na minha humilde opinião, é o maior Nice Guy dos quadrinhos. Eu realmente gosto muito do Homem-Aranha e não ligo se na maioria das vezes ele não é certinho demais. O triste é que, vira e mexe, a vida do pobre Peter Parker muda radicalmente; os roteiristas adoram fazer o coitado sofrer, para então ganhar o prêmio dos que tem bom coração. Mega clichê. Quem não gosta???
Em Hooky, Susan K. Putney e o consagrado Berni Wrightson nos trazem uma aventura bem simples e ao mesmo tempo bem pessoal do Homem-Aranha. Não é uma mega saga ou uma obra definitiva sobre quem é Spiderman. Trata-se de um cara com poderes e a responsabilidade que este cara tem com qualquer pessoa que lhe peça ajuda. Acho que de todas as fraquezas que um herói pode ter, a bondade extrema às vezes atrapalha. Como já é de costume no blog, sem dar spoilers, vamos a sinopse da obra: Estava Peter Parker vivendo sua vida normalmente, de teia em teia e seguindo sua rotina de forma mais do que normal, caçando bandidos, se esquivando de balas, salvando o dia e tirando fotos dele próprio para fazer uma graninha, enfim um dia como outro qualquer em NY e na vida do Homem-Aranha. Eis que surge uma garota misteriosa, e do nada pede ajuda. Claro que o nosso querido Mr. Nice Guy jamais poderia dizer não, então embarca em uma aventura mágica, para outro mundo. O que tem de mais nisso? Primeiro os desenhos que são impressionantes, segundo o enredo em si, que é bem escrito e explora o lado humano do Homem-Aranha. Nessa história, temos uma noção de responsabilidade Level Max; after all, who understands the responsibility better than Spiderman?

Para aqueles que gostam de magia, para todos que procuram uma coisa clássica e bem leve, para todos que são apaixonados por arte em quadrinhos e principalmente, para os verdadeiros fãs do aracnídeo, esta obra é obrigatória. Foi muito bem recomendada; a impressa especializada escreveu maravilhas sobre esta obra, quando foi escrita lá em 1986 e podemos dizer que não é uma obra datada. Para quem não sabe, este termo surgiu para designar quadrinhos que demonstram de forma explícita o ano ou época que foram escritos. Serve, entre outras coisas, para definir se a história em si precisa de algum tipo de auxílio, ou se para entender a obra, nós temos que ter lido este ou aquele arco de histórias da cronologia do herói em questão. Em Hooky, temos uma obra atemporal. Tanto velhos fãs, quanto novos fãs podem ler sem problemas que vão entender tudo. Recomendação maciça deste blog. Vou ficando por aqui. Agradeço a atenção e vou deixar um link no final do post, para todos que quiserem conhecer a obra de forma digital. Apesar de, quem puder, compre em mídia física que vale muito a pena. Abraços.

PS: Leiam também...
http://pyrenteau.blogspot.com.br/2013/05/homem-aranha-azula-melhor-de-todas-as.html

http://pyrenteau.blogspot.com.br/2013/08/homem-aranha-espiritos-da-terra.html

Link para Graphic Novel 04: Homem-Aranha

Nenhum comentário:

Postar um comentário