sexta-feira, 21 de junho de 2013

Y: The Last Man. Obra prima, no mínimo!


Imagine um mundo cheio de mulheres e onde você é o único homem! Paraiso ou inferno??
Apenas Yorick Brown pode saber. Finalmente o post sobre Y: The Last Man. Em primeiro lugar, tenho que dizer que esta é uma das melhores obras de quadrinhos que já li. Não por esses tempos, mas de todo o tempo de leitor de quadrinhos que eu tenho. Foram muitas obras e poucas, bem poucas conseguiram me emocionar realmente. Uma saga do amigão da vizinhança, nosso herói que tem contas para pagar, Homem-Aranha, me mostrou o quanto o mundo dos quadrinhos pode ser profundo. Fiquei muito emocionado com o final dessa saga específica, que não darei mais detalhes, pois tenho interesse em trazer ao blog. Posteriormente, outra saga que me emocionou bastante, foi uma do bárbaro mais famoso do mundo, Conan. Quem não se emocionou com a saga de Bêlit, não tem coração. Uma obra do mestre Will Esneir, chamada O Edifício, me deixou muito emocionado também e agora, Y: The Last Man se junta à lista.


Sobre a trama, claro sem dar spoilers, temos o fim de todos os homens. Não apenas os homens, todos os portadores de cromossomos Y. Todos, não amigos, uma pequena aldeia gaulesa...errr quero dizer (homenagem a Asterix implícita...), enfim não todos os homens. Eu cara sobreviveu, um rapaz de nome Yorick Brown, que vejam: Não é nenhum gênio, nem guerreiro, nem um líder nato, nem um grande homem. Apenas um cara normal, gente fina, cheio de problemas, financeiros e pessoais, inseguro e muito desastrado. Sim. Este cara carrega o fardo de ser o responsável por uma raça. A nossa raça. Dependemos desse cara para que não entremos em extinção. E é por aí que a história começa.


Claro que esse cara não pode fazer isso sozinho e no decorrer da história, vamos conhecendo o mundo sem homens, ou melhor, o mundo só de mulheres. A maioria das “engrenagens” do mundo são operadas por homens, e quando eu digo a maioria, quero dizer não todas. O mundo voltou a girar, só que de forma lenta. Um rastro de destruição abalou o mundo. Agora o tal “sexo frágil”, com a responsabilidade de botar o mundo nos eixos, não se mostra tão frágil, sendo inclusive bem perigoso, como o pobre Yorick descobre. Novas superpotências são moldadas, alianças sendo firmadas, nos quatro cantos do planeta, as mulheres mostraram que podem sim, viver sem a ajuda dos homens. Sabemos que elas pilotam aviões, são comandantes, soldados, lideram submarinos, fabricam o que quiserem, são poderosas em si. Ver um desastre desses pela perspectiva das mulheres é no mínimo inovador.
Os personagens são muito carismáticos e ao longo das 60 edições que eu li, você descobre que sua opinião sobre eles vai mudando. Eles vão se tornando cada vez mais humanos, hora são amados, ora são odiados. Em muitos aspectos, essa série foi escrita de modo a causar esse tipo se sentimento, de humanização dos personagens para facilitar a empatia com quem lê. Eu recomendo fortemente que todos que puderem, leiam essa obra, corram atrás por ser de uma importância única para os fãs de quadrinhos. É por obras assim que, de vez em quando, somos pegos de surpresa com inovações e novas tramas que não sejam simplesmente sagas cósmicas ou reboots milagrosos. Os quadrinhos podem sim ser tão densos e complexos ao ponto de nos fazer pensar. Essa obra vai para minha estante dos prediletos, junto com Fábulas, V for Vendetta, Watchmen e Sandman.

Com toda certeza essa obra, escrita por Brian K. Vaughan marcou e muito, minha jornada como leitor de quadrinhos. Muito se comentou sobre o fato da desenhista oficial da série ser mulher, uma talentosíssima mulher diga-se de passagem, chamada Pia Guerra. O autor, no entanto, disse que isso nada teve haver com o fato de estar escrevendo sobre uma grande maioria de mulheres. Ele inclusive insistiu que a arte de Pia Guerra foi a que mais se adequou com o que ele tinha em mente. Opiniões a parte, a arte é fenomenal mesmo, e a maneira que as mulheres são apresentadas só torna a obra mais linda. Com ótima história, arte de tirar o fôlego e um final surpreendente (que por sinal me deixou bastante emocionado...), não é por menos que ganhou prêmios e entrou com dois pés no Hall dos eternos clássicos. O selo Vertigo realmente não para de surpreender. E a Panini Comics surpreende ainda mais, por nos trazer a oportunidade de ler tal obra. Vou ficando por aqui. Vou deixar o site da Panini Comics para os que puderem investir nesta série. Obrigado pela atenção. Abraços.

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