terça-feira, 26 de março de 2013

Eden, It’s an Endless World!

  

Como sobreviver ao fim do mundo??
Sei que vocês já devem estar cansados de saber as conseqüências de um apocalipse zumbi. E mais ainda, graças aos nossos amigos do site Jovem Nerd, com seu livro Protocolo Bluehand: Zumbis, podemos sobreviver, mediante algumas precauções. Sim amigos, os zumbis estão em alta, ou será que nunca deixaram de estar? Enfim, desde que Resident Evil foi lançado, esse apocalipse zumbi vem sendo explorado e até certo modo, esperado por alguns (acreditem amigos, tem doido para tudo...). Neste mangá, revisitamos o tema apocalíptico, só que o vírus não transforma ninguém em zumbi. O chamado “Vírus da clausura”, no início da história, dizimou 15% da população mundial. Ele age da seguinte forma: ataca o sistema imunológico, de modo à fechar o corpo para tudo que for externo. Os membros e órgãos do corpo vão endurecendo até uma forma semelhante a porcelana. Os órgãos internos sendo impossibilitados de fazer seus processos metabólicos, sofrem necrose e acabam morrendo, e o resultado final, é um corpo oco, com textura semelhante a cristal.
 
Hiroki Endo, criou um mundo pós apocalíptico bem diferente do que estamos acostumados a ver em quadrinhos. Sobretudo em quadrinhos japoneses. Com uma história densa, de temática plenamente adulta, Eden surpreende. Não apenas pelo visual, mas pela maneira que a história é contada. A narrativa é bem interessante, e os flashbacks são um recurso usado de forma a não deixar pontos cegos. Temos um monte de personagens, sendo que alguns são introduzidos freneticamente, entram em hiato e posteriormente voltam com tudo. As organizações são o ponto forte da narrativa, pois nelas, são centradas a maioria das tramas. Outra coisa interessante deste mangá, é o fato de você não ter uma idéia correta ou unilateral sobre quem são os mocinhos e quem são os badguys. Você simplesmente torce por eles. Agora, uma das características mais marcantes de Eden, é a violência explícita. Hiroki Endo, na construção de seu mundo apocalíptico, não poupou ninguém. Neste futuro pintado por ele, as organizações travam uma verdadeira guerra entre si, e o principal fator determinante é a simples sobrevivência. Então não esperem ver os mocinhos vencendo, beijos e abraços no final. Aqui em Eden, a vitória quando vem, é sangrenta e sem motivos para maiores comemorações.
Infelizmente, a exemplo do que costuma acontecer no Japão, a revista não tem uma conclusão. Foi cancelada e até agora, sem previsão de término. Foi lançada aqui no Brasil pela editora Panini, com um total de 23 edições. Sou muito fã de quadrinhos japoneses. Porém, admito que não são todos os tipos de mangá que me chamam atenção. Prefiro os que tenham temas mais adultos (adultos quero dizer: temática mais adulta e não Hentai...nada contra que gosta de hentai!!). De uns tempos para cá, a editora Panini tem mostrado o poder nesse segmento de quadrinhos no Brasil e graças a isso, temos um boa leva de mangás nas bancas, para todos os gostos. Este por exemplo não consigo dar a ele uma definição plausível. Quem dizer, Eden é do gênero sci-fi, no entanto tem muito de história policial, terror, romance. Acho que por esse ponto de vista, podemos dizer que Eden agrada vários grupos de leitores. Os aspectos políticos abordados em Eden, é de uma complexidade a parte. Na tentativa de ser o mais realista possível, Hiroki Endo acaba explorando a natureza humana no seu lado mais animal e primitivo, que é nas ideologias e como estas podem ser mais perigosas que qualquer vírus ou hecatombe final, que a humanidade pode vir a sofrer. Em um momentos de crise, sempre poderemos ver fenômenos políticos como o que vemos em Eden. No decorrer da história, começamos a pensar se o vírus deixou o mundo do jeito que ele está, ou se este mundo sempre foi assim. Quando escrevi sobre V for Vendetta, comentei algo assim. Política e quadrinhos...combinação improvável, no entanto poderosa. Esse post fica por aqui amigos. Muito obrigado pela atenção e se tiverem tempo e condições, procurem esse mangá, vale muito. Eu tenho as 23 edições lançadas pela Panini, e é relativamente fácil achar pelo Mercado Livre, porém quem não puder apagar, sempre existem vários sites que oferecem uma boa leitura digital. Abraços.
   

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